segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dou por mim a sonhar sonhos difíceis. Pior do que difíceis, sonhos que, a concretizarem-se, não me fariam bem. Às vezes deixamo-nos levar por um emaranhado de emoções, e nem sempre as emoções nos conduzem a bom porto. Disseram-me uma vez que não há sentimentos errados. E não há, com certeza. Mas há sentimentos que nos levam a caminhos que não queremos e desembocam em pântanos terríveis. Mesmo quando são aparentemente inócuos, os tais sentimentos. Era suposto estas coisas terem ficado resolvidas lá para trás, na adolescência, lá pelos quinze anos. Mas quando se tem medo e se foge, mais tarde ou mais cedo temos que voltar. No meu caso, foi mais tarde.
Por isso agora digo a mim própria que tenho que ter coragem, porque o problema está em mim, só em mim, para aí cinco centímetros acima do cocuruto da minha cabeça. E se fui capaz de vencer tantos labirintos em quase cinquenta anos de vida, também vencerei este. Vai uma aposta?

sábado, 13 de agosto de 2011

Sabes, não me apaixonei por ti. Apaixonei-me sim pelo amor, pelo carinho ao virar de cada momento. De tal modo que achei que podia sufocar de sede dessas palavras, da tua presença, de te saber a respirar por perto. A obsessão do amor. E o amor estava todo em mim. Era isso.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Este blog, garanto-te, não servirá para me queixar da vida. Para isso já tive muito tempo e muito mundo. Aqui contar-te-ei e recontar-me-ei as mil e muitas tropelias desta vida de saltimbanco emocional que sou. Sabes, sou uma resistente. Às vezes vencida, porém jamais derrotada.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dizes que sou uma menina mimada, mas mimo foi coisa que nunca tive. Tive a atenção que muitos meninos não tiveram porque nunca me deixaram passar necessidades, sempre tive uma casa para viver, comida e acesso à escola, mas foi só. Não havia cá abraços nem beijos, ou se os houve não me lembro deles. Mimei-me a mim mesma pela vida fora, e principalmente a partir do momento em que percebi que era possível alinhavar um passado diferente, ou um outro futuro, acho que é o mesmo. Hoje, quase cinquentona, ainda me dizes que sou uma menina mimada. Menina, sim. Só o corpo envelhece. Mas não me conheceste senão já menina grande e gorda. Nunca fui mimada, acredita. Senão por mim, claro.